Após uma carreira que incluiu ajudar o Google a construir centrais de processamento de dados e a Amazon a entregar encomendas mais rápido aos clientes, Jim Miller está fazendo o que muitos executivos do Vale do Silício fazem depois de passarem por grandes empresas: andar de bicicleta.
Mas sua bicicleta é um pouco diferente. A Arevo, startup que conta com a empresa de investimentos da agência de espionagem dos Estados Unidos (CIA), da qual Miller assumiu o comando recentemente, tem produzido o que diz ser a primeira bicicleta de fibra de carbono do mundo que tem o quadro impresso em 3D.
A Arevo está usando a bicicleta para demonstrar sua tecnologia de impressão e software de design, que espera usar para produzir peças de bicicletas, aeronaves, veículos espaciais e outras aplicações em que os projetistas precisam de força e leveza da fibra de carbono, mas enfrentam o custo elevado de produção do material.
A Arevo levantou nesta quinta-feira (16) US$ 12,5 milhões em financiamento de risco de uma unidade das japonesas Asahi Glass e Sumitomo e da Leslie Ventures. Antes, a empresa tinha levantado US$ 7 milhões da Khosla Ventures, que também participou da rodada desta quinta-feira, e um valor não revelado da In-Q-Tel, empresa de investimentos apoiada pela CIA.
Bicicletas de fibra de carbono tradicionais são caras porque o material é produzido à mão por meio da adição intercalada de camadas de fibra e resina. O produto final então é colocado em um forno para derreter a resina e unir as camadas de fibra.
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Engenheiro da Arevo Labs, startup que usa impressoras 3D para fazer bicicletas de fibra de carbono. (Foto: Stephen Lam/Reuters)
O processo quase não envolve participação humana, permitindo que a Arevo produzza quadros de bicicleta por US$ 300, mesmo no caro Vale do Silício.
“Estamos em linha com o que custa produzir um quadro na Ásia”, disse Miller. “Como o custo de trabalho é muito menor, podemos trazer de volta a produção dos compósitos.”
Miller afirmou que a Arevo está negociando com vários fabricantes de bicicletas, mas a companhia espera fornecer peças para a indústria aeroespacial. A tecnologia de impressão da Arevo pode ser montada em trilhos para a produção de peças maiores, o que evita a necessidade de grandes fornos para produzi-las pelo processo tradicional.
“Podemos imprimir o tamanho que quisermos, de fuselagem a asa de um avião”, disse Miller.
Fonte: G1